7 de abril de 2011


Fragmentariamente habita o homem esta terra*


eis o terceiro post consecutivo do género. e para redundância suprema, no terceiro, um trio.



Adoecer, Hélia Correia | Resumo - a poesia em 2010, Vários | O Género Intranquilo - anatomia do ensaio e do fragmento, João Barrento

Referências várias a Schlegel, Llansol, Eduardo Lourenço, Benjamim, Eckart, Deleuze, Derrida, Novalis, Barthes, Musil, Hölderlin (da frase que dá título ao post) e outros (que não me cabe tudo na cabeça de vento), sem nunca pesarem ou exaustarem o texto. Gosto à brava deste meta-ensaio.

O fragmento traz em si a nostalgia do todo de onde "saltou". A sua incompletude é ao mesmo tempo a razão do seu fascínio (pelo enigma do ausente) e o que lhe confere a sua enorme capacidade de apelo à imaginação. De facto, o fragmento é, por natureza, produtor de imagens mentais e abrigo da imagem sensível que, nas artes, não pode ser mais que fragmento, e sê-lo-á tanto mais quanto mais o seu princípio for o da intensidade sensível, e não tanto o da vontade de ser conceito, ou um todo discursivo. O fragmento é, assim, o estigma e o estímulo do puramente humano - a começar pela linguagem, que, apesar de todas as gramáticas, não passa de um enorme e caótico amontoado de material sígnico (é deste estado de fragmentação caótica, afinal não sistemático, que as artes das palavras extraem os maiores dividendos e a sua força criativa). (João Barrento)


4 comentários:

Anónimo disse...

só hoje cheguei a este blog (só hoje entrei no meu blog e vi o link), por isso considero quase um milagre e ja fico, como sempre :)
Chavela.

clAud disse...

ahhh, chavela.
tão bem aparecida! dando graças pelo milagre, que realmente já te sentia a falta. ;)

beijos

© Maria Manuel disse...

há tanto que não passava no tempo dual (o meu próprio blog tem andado abandonado)e hoje lembrei-me de revisitar e encontro link para este novo espaço! fico contente e digo já que gostei muito do excerto de João Barrento que postaste.

obrigada e abraço.
(eu assinava como "margem" no tempo dual)

clAud disse...

margem. :)

que bem me soube ler este teu comentário. sabem bem estes (re)encontros. ;)

eu é que agradeço! e aperto esse abraço.